Sinto a sua presença
A essência do espírito
Amigo que me rodeia
A areia do destino
Correr na ampulheta
A maçaneta do Paraíso
De Milton e a caneta
Do meu poeta preferido
Escrevendo as letras
Dos versos mais lindos
E sentidos sem as tretas
Ou artifícios fingidos.
Sinto sim, o amor contido
Que é um Amazonas e Nilo
Que corre em inverso sentido
A procurar por águas tranquilas
E mansas ou outro tipo de líquido
Que flui sereno, suave e idílico
Aos olhos do meu pior inimigo.
Sinto saudade do tempo corrido
Do sorriso gratuito vindo de longe
Dos montes longínquos de Belo Horizonte
Que não alcançam minhas vistas fatigadas
Quem dera eu tivesse uma gigante escada
Que me levasse aí, até a ti, meu bem,
E mais além.
Mas nossas vontades são submetidas
As escolhas que nos impõe a Vida
Essa aranha que o dia descortina
Com um tênue fio de seda tecida.
E nossos desejos que nos causam dores
As mais atrozes, pontiagudas e profundas
Como diria aquele indiano antigo, Buda,
E que o caminho a seguir é isento de flores.
Por isso ser perseverante, ser gigante e forte.
Um dia quem sabe não rumamos para o Norte
E quem sabe lá não reside a nossa alegria
Nos montes belíssimos de uma outra... ilha!
Gyl Ferrys
Gyl Ferrys