Preciso de um doutor,
De um livro, mesmo no calor,
De um violeiro operário, pode ser ao meio dia
De um vinho vindo do vento.
Preciso de mim dormindo na minha cama.
Preciso de um maquinista, sem freio e poeta
De um alquimista alfaiate do interior
De uma dor mista pela manhã, antes do amanhecer
De um sereno que molha o cabelo do braço!
Preciso de uma boca doutor, de um livro, de um operário
Preciso de um vinho, de uma manhã, de um sereno.
Preço de um braço doutor, operário, que leia meu livro
Não tome meu vinho e que permita, a mim, o sereno
José Veríssimo