Cobrem-te os pés as flores.
Outras te fazem grinaldas
Um misto de todas as cores
Que tu simplesmente desfraldas.
Trazes em si essências agrestes
No vestido de um azul marinho
Bordado de astros celestes
Nas linhas lácteas do linho.
Nos fio dourados um laço
Prende uma prenda divina
No olhar a feminilidade felina
Que tem a tenacidade do aço.
Assim eu te tomo em meu braços
Fazendo desenhos de ti
Em folhas de papel almaço
Dos beijos que nunca esqueci.
Assim eu te torno pintura
Nas letras minhas garrafais
Se te afago, afasta-se mais.
Se a deixo, torna-te um poço de doçura.
E rimo minha rimas mais tristes
Nas noites da nossa existência
Exigindo a tua presença
Pelos pecados que não redimistes.
Então eu cubro com as mãos
Meu rosto cansado e abatido
Pensando nos dias bonitos
Quando era meu o teu coração.
Nada tenho e tudo perdido
Do paraíso adâmico nada restou
Apenas algumas palavras de amor
Dentro deste poema...contido.
Gyl Ferrys