TROUXE TAÇAS
PARA BRINDARMOS AO AMOR...
AO AMOR DESEJADO... PROCURADO...
AO AMOR REPRIMIDO... CONTIDO...
AO AMOR DEIXADO AO RELENTO...
ESQUECIDO NO TEMPO...
PERDIDO EM MEIO AO CANSAÇO,
AO TANTO TRABALHO
E ENVOLTO PELO MEDO DE EXISTIR...
UM BRINDE A ESSE TOLO AMOR
QUE SE ENTREGA POR INTEIRO...
QUE CAI, SE LEVANTA E AVANÇA
E QUE CEGO PERDE O SENTIDO DE SER...
AO TANTO E SANTO E PROFANO AMOR
QUE MATA E SE MATA...
INFIEL, ESTÁTICO...
QUE SE ACOMODA NA MESMICE...
QUE PARALISA...
QUE ENCHE OS OLHOS DE BRILHO...
BRINDAMOS AO AMOR
ÀS VÁRIAS FORMAS DE AMAR
E QUANDO DE TUDO O VINHO ACABAR
VIVAMOS A EMBRIAGUÊS
ILUDINDO-NOS A ACREDITAR
QUE DE VERDADE
NOS AMAMOS...
"Há poemas ininteligíveis nos seus elementos, porque só o poeta tem a chave que o explica; mas a explicação não é necessária para que pessoas dotadas de sensibilidade poética penetrem na intenção essencial dos versos"
Manuel Bandeira