A minha pequena revolução... : 28/Mar/2008
Se me disserem que não posso fazer das palavras...sonhos, então não consigo olhar para elas da mesma maneira.
Se me disserem que não posso dar um aroma ou um sabor a um gesto porque estou a fantasiar... não sabem que para mim escrever é um sonhar sem limites e no dia em que um gesto sair descrito da minha boca com meia dúzia de palavras clássicas então nesse dia juro que terei assassinado a poesia em mim.
Não gosto das palavras direitinhas como fios de prumo e muito menos aprecio as palavras sem pitadinhas de sal e gotas de perfume à mistura...
Se usar um pouco a imaginação é reduzir-me à infantilidade de uma criança, então azar porque não deixarei de ser criança só porque existem no mundo Homens arrogantes...
Por isso os meus sonhos hão-de ser sempre de algodão doce e vão sempre saber a maçã ou então a gelado de baunilha..mesmo que isso não faça sentido nas mentes mais sábias e sabidas deste mundo.
Hei-de amar sempre uma alma e mesmo que não existam provas científicas da sua existência não vou deixar de me entregar em pedaços doces ou em retalhos amendoados quando sentir vontade de ser livre.
Amo as palavras e amo a liberdade de as tornar impossíveis de existir mas saborosas de sentir, porque só esse gosto me importa e só esse prazer de voar sem asas...de mergulhar em oceanos de mel sem ter medo de me afogar me cativa.
Palavras escritas a direito, de cabeça erguida e com crista de galo são bonitas de ler e de contemplar na folha de papel, mas não são inteiras..nem absolutas no sentir que transmitem.
Os sentimentos não se declamam a preto e branco e muito menos são inodoros ...as paixões não voam num avião em 1ªclasse..preferem viajar devagarinho ao sabor do vento e bem abraçadinhas ...o amor não entra no nosso corpo batendo à porta e pedindo gentilmente para entrar...o amor arromba a porta ou então parte-nos a vidraça à pedrada com a pressa que tem de nos amar...
Por isso aqui juro e volto a jurar...poesia para mim é sonho..é magia...é rio que corre em direcção ao mar sem parar pelo caminho para retomar o fôlego...é sangue que nos salta das veias com apetite de se infiltrar em todas as frinchas que se abrem no peito ...
Pronto..peço desculpa pelo desabafo, mas estava aqui com um nó na garganta que precisava de rasgar.
Daniela Pereira