A Fila e a Festa
Todo mundo sabe que brasileiro, principalmente baiano na maioria, , gosta muito de festa, é animado por natureza, qualquer coisa é motivo para fazer um pagodão regado a muito cervejão, onde já presenciamos diversas situações inusitadas envolvendo esse jeito peculiar do comportamento de boa parte dessas pessoas daqui, na melhor das hipóteses.
Vimos greve regada à muita festa e churrasco, passeata com trio elétrico, sempre muitas movimentações que não tinha nada a ver com festejo, mas ali estava o pessoal “bebemorando”.
Agora algumas situações nos deixaram perplexos com a criatividade daqui do pessoal de Salvador, diante das piores tribulações, eles prontamente arranjam um isopor, pandeiro e cavaquinho, para se divertir na fila do Ferry Boat, um dos piores transtornos em termos de fila e desorganização que sofremos para atravessar a Baía de Todos os Santos, indo para o Bom Despacho, terminal em Itaparica, ali são horas a fio, para fazer essa famigerada travessia, não é fácil não, mas a adaptação do soteropolitano diante do sofrimento faz tudo virar festa, alguns acham até divertido, dizem que paqueram, merendam, bebem, dão uma voltinha e tudo continua naquele festejo, só não saiu churrasco porque não pode, mas existe todo um comércio desfilando junto com as pessoas que dão uma voltinha para quebrar o tédio.
O pior que não fica por aí, agora com o recadastramento eleitoral, que obriga a gente a pegar aquela fila quilométrica, debaixo de chuva e do sol, tem gente dormindo na fila no dia anterior para conseguir um lugarzinho, mas nem por isso o pessoal se fez de rogado, trouxeram banquinhos, isopor e todo tipo de instrumento de “pagodagem” para novamente mostrarem que estão aqui em Salvador, com muita alegria “cervejão” e muito tempo para curtir a fila dos desesperados, que hoje não é nem mais tanto desespero, infelizmente, o pessoal está se acostumando com o ruim, com o desserviço desde que haja festa e o resto que espere.
Marcelo de Oliveira Souza,IwA