Aló alguém está aí?
Porque é que tudo está tão escuro?
Quem é que desligou a luz da tomada
Aló, ajuda, não consigo encontrar aquilo que procuro.
Quando será que posso dizer basta
Quando é mesmo que posso dizer que foi o suficiente
Onde será que vou encontrar o meu descanço
Onde será que vou poder sentir que estou realmente consciente
Mundo hoje sê testemunha da minha agonia
Chora comigo, e grita o mais alto que poderes
Por todas as dores que nunca soubemos lamentar
E que a minha voz ecoe por onde tu estiveres
Ontem não ficou mesmo qualquer memória
Hoje não tem qualquer significado
Amanhã não importa, espero que não exista
Pois a soma de tudo isso é igual a "Nunca amei, nem fui amado".
Então nesse vazio, nesse abisso
Em que o frio do Inverno conhece as trevas
Coração morre de uma vez e não acordes mais
Com todas as estacas e láminas frias com que levas.
Não me deixes assim como perdido
Sem saber se estou feliz ou triste
Ou se me sinto realmente indiferente
Para tudo o que me rodeia ou existe.
José Vieira