TRISTES MENINAS DAS RUAS
Não me alumina, a luz do teu olhar
Na distância presente me cego de ver
O que não vejo nessa distância
O olhar presente da luz ausente
Do teu olhar!
Talvez na última luz
Num lugar no mundo
Pedaço mudo desse mundo, imundo!
Vozes mudas, olhares cegos
Celas frias, todas as agonias são jovens
Rasgam joelhos nas calçadas da vida!
Por essas esquinas que se masturbam com a luz
Que não têm,
Por essas ruas que te recebem nuas, iludidas
Vagabundas, tristes meninas das ruas!
José Veríssimo