Nas colinas gélidas,
desponta o inverno,
cobertas de neve
Nas serras,
descortina o orvalho
nos galhos, à noite
Nas geadas,
interrompe o caminho,
perigo, toca a sirene
Nas matas secas,
o ar tóxico, impregnado
da fumaça da queimada
Nas florestas úmidas,
igarapés irrigam o grande rio,
Amazonas e sua correnteza
Nos vales verdes,
surge a estação ao rugir do vento
O homem corta a lenha
Nas cabanas aquecidas,
ora o caboclo ribeirinho,
uma rude canção tropicana...
AjAraujo, o poeta humanista, escrito em 1978, revisitado em 2018.
Fotografia: Casa flutuante no Rio Amazonas, Peru, por Linda Walker.