A casa era de taipa, distante de tudo e de todos. A cerca de varas, um portão frágil e resto de árvores mortas no final do século XIX. Por dentro, tinha um cheiro seiva de alfazema para lembrar o nascimento de uma criança.
Quartos altos, paredes forradas de revistas, estampavam as fotos de artistas dos anos 1950.
Na sala, bancos de madeira e um rádio antigo. Era uma casa digna de reverência... Iluminada por lamparinas, e durante o dia, raios de sol penetravam pela fresta das portas e das janelas.
Nos olhos de tia Biêta não havia medo. Havia somente o reflexo das saias de seda, para guardar as formas do corpo daquelas senhoras devotas de Maria.
A casa não era longe... A estrada era de terra e ao lado de um riacho. Do outro lado das margens, ruas de milho, feijão, abóboras e maxixe. Tinha um cachorro fiel, mais esperto que as raposas.
O quintal dobrava a esquina. As árvores sempre estavam carregadas de frutas generosas, penduradas nos galhos ou espalhadas no chão.
Naquela casa, a comida era temperada com ervas colhidas no quintal. Os lençóis estavam sempre perfumados.
Do lado de fora, os pássaros cantavam a alegria do ano bom.Os deuses da chuva atenderam os pedidos feitos nas novenas
de São José.
Poemas em ondas deslizam nas águas.