" Muito demora a vida até se aprender a morrer."
Citando,
Mpiper SalomonConstantin
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A MORTE NOSSA DE CADA DIA
Vera Salviano
A cada dia se morre aos poucos.
E em cada pouco, menos somos.
Diante do muito que fomos...
Entre o céu e o inferno
Nos perdemos.
Diante das contradições
A que se nos apresenta a vida.
Vida que também se faz morte.
Quando nos é negado
Ou imposto.
O que alimenta o corpo
E sacia a alma.
E nesse morrer diário
Rolamos na cama
Em rotos brancos lençóis.
Fingimos dormir o sono
Que afronta
Nossos mais sutis pesadelos...
Que nada mais é
Que nossos sonhos
Camuflados...
Não realizados...
Haverá o dia
Em que tudo será
O que deva ser.
O pó da estrada.
Essa estrada...
Que de tão curva
Talvez não nos leve
A lugar nenhum.
Quiçá à uma nova terra
Onde o amor floresça.
Que da relva rastejante
E entre ingremes pedras
Lascadas, enlodadas.
Germine a flor.
Flor da semente
Que não sucumbiu...
E acreditou...
Sempre haverá um novo céu
E uma nova terra
Onde o que não corrompeu
Se refaz e se faz...
De novo e de novo!
Eis o homem liberto.
Eis a "Flor do Lácio"
Inculta e bela.
O renascer das cinzas
No vôo mais alto da Águia.
Assim foi.
Assim é. E será.
Sempre!
Vera Salviano