Gosto de quando chove
e os homens ficam quietos
nos parâmetros faustos
do mundo.
Gosto de quando chove
e se afastam de mim os vestígios púmbleos
dos contínuos ciclos abnormais
salpicados nos desalinhos.
Gosto de quando chove
e me escondo em meu canto,
anoitecendo-me em claustro silêncio,
de onde não posso ver nem atuar
nos entrevados palcos
de concretos.
Gosto de quando chove,
porque tento me desfazer – em vão – também
de meus próprios vestígios espúrios,
lançando-os às enxurradas
dos precipícios.
Mas, quando a chuva para,
perco com o líquido o momento onírico
e retorno à coleção de imagens
e de superficialidades
cimentais,
com minhas performances
dissimuladas e com meus versos
escumalhados.
Péricles Alves de Oliveira (Thor Menkent)