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Pesadelo

 
Apaguei a luz e senti um calafrio
Havia um vulto
Como se houvesse uma pessoa
Em pé ao lado da cama.
Que porcaria é essa?
Pensei comigo
Num sobressalto acendi a luz
E nada havia em meu quarto
A não ser a minha solidão.
Uma indagação perpassava a minha mente
Enquanto sentia o coração pulsar acelerado.
Não sei se estava dormindo
Sonhando que estava acordado
Ou se estava acordado
Acreditando que estivesse dormindo.
Que realidade é essa?
Que pesadelo é este que tenho agora?
O que são as sensações dentro de mim
Que se digladiam a todo instante?
Quero acordar deste sono profundo
Tornar-me uma metamorfose
Viver uma transformação.
Mas, no silêncio sepulcral que sinto agora
Não há espaço para as minhas divagações.
Uma tonelada de sentimento
Afunda o meu intelecto e sinto náuseas estomacais
Que me fazem vomitar as palavras.
Espanto, então, os demônios
Que pairam sobre minha cabeça
Os enxoto sem compaixão
Pois não quero ouvir seus grunhidos
E, muito menos, ser por eles atormentados.
Fecho os olhos e tento dormir
E já não sei qual realidade estou.
Acordado para a vida eterna
Morto para a vida terrena.
Não pertenço a este lugar
E como peregrino
Sou enxovalhado pelas criaturas abomináveis
Que perturbam o meu sono.
Tapo os meus ouvidos e dou um grito:
- Cale-se, demônios do inferno!
Sem saber que os demônios
São meus próprios pensamentos.

Poema: Odair José, o Poeta Cacerense

 
Autor
Odairjsilva
 
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Enviado por Tópico
João Marino Delize
Publicado: 05/04/2018 19:37  Atualizado: 05/04/2018 19:37
Membro de honra
Usuário desde: 29/01/2008
Localidade: Maringá-
Mensagens: 1930
 Re: Pesadelo
Muito bom. Acho que isso já ocorreu comigo, mas não tenho tanta certeza.

abraços

Enviado por Tópico
Maryjun
Publicado: 05/04/2018 22:08  Atualizado: 05/04/2018 22:08
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Usuário desde: 30/01/2014
Localidade: São Paulo
Mensagens: 7133
 Re: Pesadelo
Boa noite, Odair,

Parabéns, pelo texto!
Já passei por isso,
o bom é que, tudo aproveitamos
e transformamos em poesias.


Um abraço,
Mary Jun