E mais uma vez
aguardei o reerguer
das estrelas
para eu me sentir
um pouco mais
a vontade.
Permaneço no escuro
olhando para um ponto
fixo,
com a mente vazia,
quem sabe
assim, eu não me torne
um com toda essa escuridão
e apenas pare de sentir.
Uma vontade...
apenas não existir
e ainda me pergunto:
em que ponto a existência
se tornou um fardo?
Me deito
e me abraço
envolto na coberta
me frustro
e dou de encontro,
novamente,
como em uma cela
de tortura,
com a solidão
tudo tão vago...
a chuva molhava meu cabelo
e meu rosto
gelada como o resto
da nevoa que vem
dominando o que antes
costumava ser um belo
e ensolarado
campo florido.
Um temporal
um diluvio
sem chuva
sem calor
a um tempo.
O médico disse que as extremidades
dos meus dedos
são muito geladas,
o único calor que venho
sentindo
é da brasa do charro
quando o seu fim está
próximo,
acabo ansiando
que tudo esteja
próximo do fim
também,
apenas outro pensamento
negativo,
alguns eu nem sei o motivo
mas sei que eles estão ali,
continuo me esgueirando,
me esforçando ao máximo
para não proporcionar
o que eles querem ver,
ficou tão difícil
sorrir em fotos.