Absurdas as jarras prenhes d’orquídeas
as bocas sujas no melaço esconso d’azedas uvas.
Absurdo
hoje e sempre o esvoaçar audaz das asas de morcego
… o desassossego de cada final de tarde
… a saudade
Absurdo o tempo retesado ao filamento do verso
na palidez de virgens sempre viúvas
… e as carnes
as carnes secas expostas às intempéries e ventanias.
Solto tímida raios aos astros,
do Sol os mais franzinos para que te não queimes,
em busca que os retenhas em língua rústica,
aquela com que, sem palavras, me dominas …
Deslizo.
Sou astúcia na paciência intensa do silêncio
poeira cósmica primitiva
polvilho manso de açúcar e canela
a pairar no enclave pontiagudo de tua vida,
por sobre fungo bolorento do bafio
por sobre vitral partido, sílica primeira
d'insana penedia.
Deslizo
e sou em ti ….
poema, poema maior em cada dia,
o que vendas,
o que calas prisioneiro,
arrestado à cambraia fina agora decepada
se perjuras a tua amada
de secreta palavra
que nos avilta a pureza instintiva da alma.
... do absurdo, o tema!
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