À noite,
a casa dorme,
o jardim defronte dorme,
ao quarto vazio tu
dormes;
as ruas e avenidas dormem,
e, enquanto o mundo
adormece
de suas faustas e diárias
fluorescências,
eu me escorro,
pela tela mambembe,
em versos, sombras
e dores,
deixando rastros
sobre os quais desdenharão,
na manhã seguinte,
as nuvens, os pássaros
e os sapiens.
Péricles Alves de Oliveira (Thor Menkent)