Somos os reflexos
que vemos nas coisas,
com suas geometrias, cores
e valores;
a urgência das miragens,
das imagens e dos espetáculos
em fulgores;
os poemas e regozijos desbotados,
as pernas escancaradas,
os leitos alagados;
o amor, a dor,
os deuses sacrificados,
as estrelas amassadas,
o universo modificado;
sem nenhuma ordem certa,
sem nenhuma desordem aceita,
somos exatamente tudo
nada,
além do que colocamos,
espuriamente,
sob nossos faustos e sencientes
neons em ardor.
Péricles Alves de Oliveira (Thor Menkent)