Mentiras são punhais
Cravados... reais
Na luz do dia… frontais
Na noite…escondidos
Nas sombras fatais
Partiste e como lembrança
Deixaste palavras malditas
Incertezas mortais
No rastro frases vendidas
Gestos...
Olhos mansos nos meus
Suavidade nas mãos
Sorriso... esse sorriso
Nada sei
Nada tenho
Mentiras!
Chamei tantas vezes o teu nome
No amor... na loucura... no calor
Será esse o teu nome?
Chamar-te-ia realmente?
Quem és tu que habitavas os meus sonhos?
Tu que sorridente invadias o meu espaço?
Que no meu corpo ganhaste guarida?
Nada sei de ti
Dizias tanto e tão pouco
Em gestos loucos
Somente o que contavas
Nas meias palavras de ti
Tecias vendavais no meu corpo
E dizias palavras tantas
E que sentido tinham
Na aurora do dia?
As noites foram promessas
Juras... ternuras
Aninhado no meu corpo
Julguei saber-te em mim
Mentiras, mentiras, mentiras
Que arrancaram aos poucos
Pedaços de mim
E subitamente vejo-me assim
Tiraste-me o chão...alteraste o norte
Sem raízes...nem caminhos
Morri aqui
Quem és tu?
Quem sou eu?
Quem fomos nós?
Luz&Sombra