O que busco é nada,
não adianta mais insistirem,
o nada é meu rumo
e meu prumo;
o tudo é nada
no porvir que inexiste,
nos indigências famintas,
nas masmorras sem luz,
nas catástrofes empedernidas,
nos medos, nas dores e nas angústias
das flores perdidas.
só a inconsciência de coisa alguma,
quando aflorada ao fulcro
esquálido do cerne,
pode conter a inútil necessidade
de um tudo
e a sincera leveza das pedras;
sim, estou mais perdido
que nunca:
o que busco é o nada
– insulso, descolorido, inanimado, insciente –
sabendo ser-me impossível atingir
a plenitude dessa paz.
Péricles Alves de Oliveira (Thor Menkent)