Quero sepultura entre o cipreste Que mais alto houver no campo santo, Que desse amor imaculado e tanto Já nada há, febril, desalmado coração, Que no peito espanca e jaz agreste.
Quero sepultura entre o cipreste Onde morra o corpo na paixão, Na loucura, devaneio, da vã razão De pensar que alguma vez te perdi, Se não te desfrutei inteira vento leste.
Quero sepultura entre o cipreste No chão raso, campa funda em terra, Onde nada brilha e todo o vácuo encerra Aquilo que fui reduzido agora a nada, Quero descansar na sombra que me deste!
Grande Chico, seu poema me fez lembrar as palavras de um pensador: "O amor calcula as horas por meses, e os dias por anos; e cada pequena ausência é uma eternidade". Saudades amigão. Abraço.