Não a necessidade de ir
em um médico
que balança sua perna
incessantemente,
e por meus dedos estarem
com as extremidades geladas,
tenho que tomar um remédio
para ansiedade
se não, eu desenvolverei
síndrome do pânico.
Toda essa bobagem
de check-up
me deixa entediado,
me sinto bem
é melhor eu ficar na minha
sem frequentar
recepções de consultórios
dos médicos e psicólogos,
onde os olhares vagos
esperam por horas
até que uma porta se abra
e seu nome seja recitado
para a salvação.
“Você precisa de um psicólogo”
discordo,
eles que precisam de mim,
eles precisam do meu dinheiro
e dos meus pensamentos,
mas é mais fácil
eles terem o dinheiro em mãos
do que minhas palavras
em seus ouvidos
e anotações.
Quero ficar na minha
e viver como se houvesse
um amanhã após o outro,
da mesma forma que foi ontem
e anteontem.
É observando de uma janela
de um ônibus vazio
que percebo como o mundo
está sendo rebobinado,
tudo vai ficando para trás,
a cada segundo,
em seus respectivos pontos,
escorrendo entre os dedos
como algo
que nunca
foi tocável
o
suficiente
para preencher
o
enorme vazio
que assola
todo um
universo
chamado: Vida!
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