Mancha o lençol o rubro do teu batom.
Sinto em minha boca um gosto ruim.
Meus dedos forçam a camurça e o cetim
Enquanto no ar reina odor de sexo bom...
Corre quente o sangue pelas veias azuis.
Línguas correm por um céu de querubim
Numa esgrima satânica, porém feita de luz
Num vai-e-vem que parece não ter fim.
Se tateando ficam nossos lábios sedosos.
Os teus roçando minha derme marrom.
Os estalos dos beijos, mesmo noutro tom,
Que soam sutis, mais suaves, mais veludosos...
Pássaros safados pelo espaço e pela atmosfera.
Os lábios molhados despertando as carícias
Quando do nada um desejo recluso se impera
Nos Elíseos com as mais extravagantes delícias.
Rios refrigerantes são as cavernas proibidas.
Fontes são Carontes que não querem medalhas.
Eurídice quem disse que ultrapassa as muralhas
Quando não se olha para trás na caminhada da vida.
Por isso são essas as pessoas que quero e venero.
Gosto de quem sabe o que é e que sabe o que diz
Pois se alguma vez eu ouvir falar em Silvio Romero
Foi pelo motivo que ele falou mal de Machado de Assis.
Assim como são as trilhas contidas nessas linhas
Que trazem algo de alguém que é raso e resoluto,
Que traz no peito um amor bonito, bom e absoluto;
Um continente neste oceano repleto de... Ilhas!
Gyl Ferrys