A cada compasso dessa serenata, eu sempre acabo me deixando levar, enquanto oiço e aprendo essa língua sem palavras que eu sempre almejei falar.. E aí eu paro e olho bem no meu redor, e vejo um sorriso plantado em todos os sentidos e direções, com os olhares que me aquecem por dentro, sem chama, sem palavras, apenas com boas intenções.. Eles me dizem, não estás sozinho, podes ser tu finalmente, não tenhas medo, estamos aqui, não fujas de nós, estamos lutando para te manter cá.. Mas eu sempre arranjei maneira de fugir, porque o meu maior medo na vida, sempre foi não saber como sem palavras reagir.. Mas é tão estranho.. parece mesmo aquela palavra de quatro letras quando estou contigo.. Sim.. É mesmo, sem sombra de dúvida, então enquanto o sol nasce numa nova manhã eu vou alçar - me e gritar para o mundo que é amor.. Vou deixar esse eco percorrer o céu e vibrar, enquanto as cores do mundo se acentuam no sorriso de quem ao amor soube amar.. essa sensação absoluta de gratidão finalmente chegou.. Pois pela primeira desde que eu sou capaz de me lembrar, eu não quero mais nada, estou verdadeiramente feliz com o que está ai nesses dias e momentos para os que sou acordado.. Seja com uma chamada, um carinho ou uma promessa de que vamos voltar a estar juntos.. Por isso eu não preciso mais forçar a minha alegria para o mundo, como tentando assegurar e validar a minha felicidade para o olhar do observador, pois agora eu estou vivendo todas essas palavras, frases, textos e poemas que escrevi unicamente com uma pessoa, e exclusivamente com todas, porque esse amor foi alvo de ampliação, explanou - se na minha criação e estendeu - se nos laços que eu sempre tentei recusar - me a criar, porque eu antes não falava essa língua sem palavras em que amor existiu sempre bem ai na minha frente... Eu é que nunca me quis sentar e conversar..
José Vieira