Por que eu contínuo a escrever?
Eu não sei o por quê
Quem me proporcionou o amor,
Já se foi da minha vida
E, ainda assim, eu continuei com as rimas
Escrevi uma dedicatória para uma menina,
Em um parque distante da minha vila
Em dois ou quinze papéis,
Disse o quanto eu a adorava,
O quanto ela era querida.
Depois que a história terminou,
Muitas lágrimas, em meu rosto, despencaram
Percebo hoje, o quanto o meu coração se isolou
Ainda estou cuidando dos machucados
Me senti um monstro sem calor
Como dizem, meu coração ficou despedaçado
Foi difícil ter que recolher os pedaços
Hoje o tempo me obrigou a esquecê-la,
Já não me lembro mais os olhos da meiga condessa.
Minha vida piorou depois que nos despedimos?
Não, nada mudou, só voltei a ser quem eu sou
Um garoto amigo do vento,
Que tem pesadelos sem estar dormindo
Eu era, antes dela , e voltei a ser triste
Ela foi aquele breve momento de alívio,
Aquele raro momento em que dei um sorriso,
Só isso.
Um ano inteiro,
Foi o tempo em que me senti vazio
Até tentei me acostumar ao meu novo jeito,
Mas, sentia que não havia como aguentar
Aos meus olhos eu estava sozinho
Não procurei um ombro amigo,
Eu só queria ficar encolhido, longe do perigo
E, são várias as discussões que acontecem em minha mente
A maioria argumentando se há algo de errado comigo.
Sou o que costumam chamar de aceitável
Sou o que costumam chamar de dispensável
Reciclável, agradável, temporário, etc
Sou aquele que procura a pessoa certa,
Mas que tropeça em várias pedras
Sou o que me chamam
Me amam, depois me abandonam.
Não penso em suicídio,
Penso em uma nova chance de um amor mítico
Não penso em remédios,
Só quero alguém para me resgatar do meu amargo tédio
Não quero me tornar um velho ser sério,
Só quero ter ótimas histórias para compartilhar
Só quero ser quem alguém possa se espelhar
Quero estar segurando a minha dor em mãos,
E repousar minha cabeça grisalha,
Sobre a minha paixão.