Não me prepararam para isso
Tentaram
Tentaram muito pois antes de mim muitos viveram isso.
A vida é assim: novidades, inícios e finais.
Tenho medo, muito medo.
Tenho uma angústia no meu peito
Sei que é ansiedade por algo que não aconteceu, mas acontecerá.
Não falha.
Nem a minha.
Nem a sua.
É nossa única certeza.
O caminho a ser trilhado é incerto.
As certezas deixadas de lado para serem incertas.
Mas mesmo assim com toda lógica
Com toda razão
Tudo é questão de tempo.
Sei que não posso adiantar.
Sei que não posso postergar.
Mas a espera, o vislumbre do seu semblante
Morte, próxima a mim.
Me assusta.
Sei que você não é má e deixa claro.
É hora de se despedir
Sei que você tem seu tempo
E dá tantas chances
Mas somos torpes
Imbecis e queremos fugir
Enfim.. para que?
Se no fim. O fim é o que é incerto.
Não posso esquecer.
Mas não quero te ver, te vendo.
São os minutos vividos
As noites em claro.
O brilho da brasa a consolar num abraço quente mas que não alivia.
Medo. Incerteza. Tristeza.
Volto a escrever para não explodir.
Mas quem sabe, não seja o meu jeito
de te deixar partir?
Mas mesmo assim, morte. Seja leve.
Seja quem você é. E nos presenteie com esperança. Pois só assim, sua presença.
Marca em lembrança.
Aqueles que verei partir.
Oh ego Laevus!
Minha mãe está doente.
Vejo os detalhes dela se esvaindo.
Sua personalidade mudando.
Seu cansaço posto a prova.
Sua volta a infância.
E queria consolá-la.
Faço o que posso, mas a dor é grande.
E isso, é apenas a lembrança de que com o tempo, nada podemos fazer.