Ah, o ciume...
Esse sentimento que nos trás tanto tormento.
Instalado e enraizado em nosso ser,
Leva-nos à loucura,
Põe tudo a perder.
Adversário forte da confiança,
Para um espaço tenebroso ele nos lança.
Na luta pela posse, pelo medo de perder,
Perdemos horas de vida,
Quem mais queremos ter.
Não deixa de ser sinal de amor...
Zelo por quem queremos bem.
Mas quando chega ao exagero,
Pode matar um amor também.
Lembrando Bentinho e Capitu, vítimas desse sentimento traiçoeiro.
Bentinho perdeu o filho.
A esposa perdeu primeiro.
Sou ciumenta. Não nego.
Às vezes à insônia me entrego.
Tenho ciúmes de um perfume que não sei o nome, não conheço.
De ciume eu morro por um amor que nem sei se mereço.
O ciúmento quer ser da amada, o centro da atenção.
Quer ser o único.
Quer possuir o corpo, a alma e o coração.
A amada quer ser do amado.
A lenha, o fogo, a combustão.
Se o coração é vida, enciuma-se a vida.
Quer apossar-se do coração.
Entre os amantes há o desejo.
De ser p'ro outro
Cama, mesa, a comida e a bebida.
Se um demora, o outro só pensa nas horas.
Se alguém olha ou fala com ela, o amado já amarela.
Se ele atende o telefone
Ela já faz guerra de fome.
E assim caminha o ciumento.
Eu, você, ela e ele.
Por mais que negamos ciumentos ser;
Não tem como disfarçar
O ciume que remoemos
Diante de uma ameaça
E de um telefone que não para de tocar.
E não há melhor prova disso
Que as olhadinhas, a cada minuto, na tela do celular.
Dá pra rir? Ou vai encarar?
Negar? Hahaha...
Ciúme também faz parte do amar.
É só saber controlar!
Bora amar. Senão o bicho hoje vai pegar...
Ah...vai!!!
Vera Salviano
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