Poemas : 

elogio do silêncio

 




papagaios de papel

traçam caminhos

nos céus

sem deuses

aprendizes

os olhos vagueiam

em voos

de sós matizes








(continua)




Zita Viegas















 
Autor
atizviegas68
 
Texto
Data
Leituras
845
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
11 pontos
7
2
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
Gyl
Publicado: 10/03/2018 14:11  Atualizado: 10/03/2018 14:11
Usuário desde: 07/08/2009
Localidade: Brasil
Mensagens: 16148
 Re: elogio do silêncio
Escrita genuína, única, ímpar de uma beleza que se compara à pintura. Abraços, querida!



Enviado por Tópico
Volena
Publicado: 10/03/2018 15:52  Atualizado: 10/03/2018 15:52
Colaborador
Usuário desde: 10/10/2012
Localidade:
Mensagens: 12485
 Re: elogio do silêncio P/atizviegas68
Exíguo e exímio! Gostei muito, beijinhos Vólena


Enviado por Tópico
Rogério Beça
Publicado: 13/03/2018 09:09  Atualizado: 15/03/2018 06:11
Usuário desde: 06/11/2007
Localidade:
Mensagens: 2123
 Re: elogio do silêncio
Engraçado que comeces o poema com papagaios de papel.
Deve ser o simbolo mais singular de silêncio.
Haverá algo mais silencioso do que um objecto de papel (olha, um material em que se escreve, isto é, palavra sem onda sonora (?!)) cujo animal-nome é significado de barulhento?
Genial!
E estes papagaios são presos a umas mãos que dominam os caminhos que traçam no ar. Sem vida duas vezes. Apesar do vento.
Aprender a navegar um simples papagaio de papel, na solidão da inexistência de deuses nesse seu céu, coloca o sujeito poético numa aprendizagem incomum:

Como sobreviver à ideia de que não podemos depender doutros para ser felizes?
Aprecio o silêncio que não me domina.

Abraço