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Rogério Beça | Publicado: 09/03/2018 10:36 Atualizado: 09/03/2022 07:49 |
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Re: Efeito borboleta
A lei do caos, complexa e cheia de detalhes, que resumidamente determina que todas as acções tem uma consequência, que determinam o rumo dos acontecimentos é exemplificada com o "efeito borboleta".
Uma borboleta que bata as asas na europa pode causar, ou causará, um tornado nas caraíbas. Engraçado que o osso da costela, imageticamente me convocar a asa. A revolução Mulher, que no antigo testamento é diminuida em quase todos os momentos (se acham os radicais islâmicos maus, os judeus ortodoxos não são melhores), a metáfora da costela traz uma força ao teu poema que leva a dignificação da fémea ao nível do macho. Seres vivos de carne, osso, estrume e muita magia, as pessoas devem valorizar o feminino. No dia das mulheres o teu poema é muito pertinente. Mas belo nas antíteses, na metáfora e, sobretudo, na concepção, que se reflete inclusivé no título. Abraço irmã |
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Luizfeliperezende | Publicado: 09/03/2018 12:51 Atualizado: 09/03/2018 12:51 |
Super Participativo
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Re: Efeito borboleta
Estás entre as minhas eleitas, pela maneira
como usa as palavras, de forma original, bonita, sintética e elegante, como o efeito aos olhos das asas de uma borboleta. |
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Rogério Beça | Publicado: 09/03/2022 09:37 Atualizado: 09/03/2022 09:43 |
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Re: Efeito borboleta
Apraz-me muito fazer este comentário.
Acompanho a escrita da Maria há anos e ela é das autoras que tem a qualidade de ser também boa leitora. Poderemos verdadeiramente separar os dois? Do que mais retenho dela é a capacidade de síntese e de fazer poemas de qualidade superior com muito poucas palavras. Nos outros também se sai bem, mas lembro-me de um que chamou “somos lagos” poderosíssimo, por exemplo. Este não foge muito a essa regra. As palavras não são muitas. Estruturalmente este poema é composto por 7 dísticos. O equivalente a um soneto. 14 versos. A métrica é curta, e nisso diferencia-se do soneto, que procuram mais os alexandrinos, ou pelo menos oito sílabas. No máximo são 6. No 2º, 3º e 6º dístico. Tenho tido muito gosto de ler e fazer poemas no formato de dístico, ultimamente. Sobre o que é poesia: O título é muito sugestivo. Ele leva-me para a teoria do caos, que diz que o bater de asas duma borboleta aqui pode fazer uma guerra na Ucrânia. Causa e efeito. Tudo tem e tudo terá. Como a lei do karma (grosso modo) que diz que aquilo que se dá ao universo recebe-se a dobrar. Mas leva-me também ao conceito belissimo da mudança, e viajo um pouco até Camões e os seus sonetos a Dinaméne, “...mudam-se os tempos\mudam-se as vontades...” ou a Ovídio e o seu épico “as metamorfoses”. Porque a Borboleta é um símbolo clássico de metamorfose. De crisálida, ou lagarta, se o desejarmos, à alada criatura cheia de cores. As mais resistentes vivem um verão. Ou seja 3 meses em vida duma é equivalente a quase 100 anos. E são, por exemplo, obsessão de coleccionadores. Lepidopterologista, é o seu nome. O animal em si, é um caçador carnívoro que se alimenta de outros insectos. Mas... Depois, na primeira estrofe fala-nos o sujeito poético da Tora e (no pentateuco) e do primeiro homem (sim em minúsculas). Repartem-se as seguintes por elementos que fazem antíteses entre si, durante os restantes dísticos. Isto na estrofe 2,3,e 4. Começa no paraíso e acaba na favela. Interessante, o começo de Adão e o presente (ou o fim) de Adão. Mas a surpresa maior vem para o fim, cheia de graça e humor. E resta-me aceitar, dizer que sim, que a maior revolução do homem, é sem dúvida, a Mulher... De salientar que o facto de ser em dísticos faz a separação espacial e isso, a meu ver, simula o voo da borboleta Muito obrigado pelo poema, e pela releitura. |