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A sombra e o machado (AjAraujo)

 
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quando pouso
o afiado machado,
e sem piedade sangro
teu frondoso tronco

neste espaço aqui,
por mim deixado
não é somente
uma parte de ti,

- árvore robusta -
se transforma em lenha,
corto a própria sombra,
e como tolo, idiota,

não entendo,
quando reparo perplexo,
a minha cabeça projetada
junto a acha de madeira,

que virará carvão, cinzas,
enquanto fico sem a sombra,
sem o canto de pássaros,
no entardecer, e na aurora

desertifico o lugar,
que outrora foi um prado,
agora, em qual espelho
irei me reconhecer?

AjAraujo, escrito sobre a imagem de um anônimo cartunista, em 4/3/2017.
 
Autor
AjAraujo
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