Jornadeia o vento entre os carvalhos
Num vocifero melancólico assobio,
No âmago, inabitual arrepio
Percorre-lhe o corpo jaz em retalhos,
Guerreiro de peito em cruz!
Espada sepultada, Joelho em terra
Frâmea na testa, reza hermética,
Na alma súplica, prece quimérica
Seu espirito puro se encerra,
Na oração todo o seu ente reluz!
Agonizou ressuscitado…
De quem já lutou mil batalhas,
Cingido em outras mil mortalhas
Germinou no tempo baptizado,
Nos despojos de Jerusalém!
Permanece através do templo
Deixa nas costas o aquém,
Distando sempre mais além
Na áurea tumba o contemplo,
Por tuo graal o seu amado!
Entre os carvalhos jornadeia o vento
Agoniado, desesperado e aflito,
Procura da vida o cálice bendito
Desconsolado indaga… No lamento,
Não encontrar tão rosa jóia!
F.Serra