Eu criei expectativas
Meu futuro seria só alegrias
Mas, eis que a tristeza me deu as boas vindas
E despenquei de uma altura dolorida
Rastejei, tentei recuperar minha antiga vida
Mas não consegui, ela já havia deixado a despedida
Agora vivo como uma formiga sem suas perninhas,
Apenas observando ao meu redor,
Sempre esperando o pior.
Nunca pensei que era arriscado confiar
Eu era muito inocente, despreparado
Ao tentar ser agradável, fui apunhalado e abandonado
Deixado para, talvez, sobreviver
O que tornava cada vez mais difícil ser amado
Ninguém amaria um ser desencorajado e cabisbaixo
Ninguém quer ter essa dor de cabeça, esse peso mal avaliado.
Por muito tempo, eu me julguei
Não nego, pelo espelho eu me torturei
Pensava que havia algo de errado comigo
Do por que eu procurava ajudar,
E sempre acabava sozinho
Pensei que um novo caminho era preciso
Que eu era o problema,
Que eu deveria usar minha tristeza como algemas
E lutar para não gerar, em minha mente,
Pensamentos de pessoas suicidas, mas surgiram de repente.
Acabei me acostumando
Os pensamentos sombrios foram se acomodando
Eu os vi chegar, um a um
Felicidade não havia em nenhum
Se eu fosse um monge, eu poderia estar meditando
Com uma paciência de anos,
Construiria um muro para afastar os sons impuros.
Às vezes eu escrevia por não conseguir aguentar a solidão
Eu conseguia me afastar um pouco da escuridão
Mas, me tornava impotente quanto a depressão
E, nessas horas que eu desejava que alguém segurasse minha mão
Mas nunca senti nenhum toque
Tive que aprender a ser forte perante os golpes
Claro que foi difícil, mas aprendi muito com tudo isso.
Não estou curado, tão pouco perto de estar salvo
Estou me aguentando, muito preocupado
E, como sempre, a sombra está do meu lado
Não tenho amigos, muito menos contatos
O pouco para mim é muito
O mundo pode ser ruim, de fato
Mas não estou desesperado ou abalado
Apenas conformado,
Que nem todos que eu disser obrigado,
Serão, da mesma forma, educados.