O que fica como resíduo de um certo prazer, vivenciado em um certo tempo de intensa entrega? Difícil dizer. Mágoas? Talvez sim, talvez não — mas indiferença, nunca!
Mas, se como disse o poeta, de "tudo fica um pouco", então, daquele tempo inebriante, há de ficar sim, um resíduo... aquela raspa do fim do doce agarrada no fundo do tacho da alma abandonada!
As pessoas sempre encontrarão um modo de nos julgar e nos culpar pelos os ressaibos de suas dores...
Afinal, é como nos relata Goethe —
... "Foi assim que, já muito cedo, percebi como as pessoas nos cobram amargamente pelo prazer que lhes proporcionamos um dia".
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Cobrança inócua! O Bem e o Mal não têm duração. Nada, nada mesmo nos garante proteção contra a erosão do querer, contra os lances do Acaso — um perito em cruzar caminhos!
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[Desterro, 13 de janeiro de 2018, às 23h23]