]Guerreiro pantaneiro
Das lidas vitorioso,
Homem do lodo,
Homem meio lobo,
Mágico cidadão,
Frágil irmão,
Lutador encantado,
Descarnado,
Encravado no lombo
Do cavalo corpo
Centauro dos tempos modernos!
Homem moreno,
Índio sem tribo,
Sereno destino
Que de seus avós,
Também foi,
Terno Calendário
Guerreiro peão,
Distante do poder,
Apartado do mundano prazer,
Esquecido em recanto belo da nação.
Pantaneiro peão,
Irmão dos aguapés,
Que caminham rio abaixo
Em destino primitivo, altaneiro...
Jacadigo,
Carandazal,
Nhecolândia,
Paiaguás,
Águas que vem e vão,
Disneylândia, lamaçal,
Do homem menino e seus bichos
De estimação, criação...
Moreno dos Guaicurus,
Moreno dos Paiaguás,
Moreno do tererê,
Moreno da cegonha jaburu,
Moreno mamífero alado,
E o que mais é este homem suado?
Cresce menino peão pantaneiro,
No laço, no curral, na malhada,
Faz seu saber.
Pedaço índio, pedaço caipira,
Cresce violeiro, boiadeiro,
No mar de xaraés.
Super herói,
De berrante em punho,
Enfrenta as águas do sem fim
Na colheita do destino,
Que viceja o pasto,
Que espalha o peixe,
Que espanta o boi
No paraíso inclemente.
Homem de Corumbá,
Homem de Miranda,
Homem dos Coxins,
Homem de Aquidauana,
Homem que vive num poema.