Ao que me narra Goethe, por tradição, pactos de rendição, de paz entre poderosos e submissos eram celebrados ainda no campo de batalha entre as fileiras de mortos; eram pactos banhados com sangue dos guerreiros caídos.
Também — segue a exposição de Goethe — a prática da imolação de animais eram um meio de firmar alianças com os deuses. E essa era uma exigência do colérico deus hebraico, que por vaidade, E essa era uma exigência do colérico deus hebraico, que por vaidade, ordena a Abraão, um submisso, que lhe ofereça o próprio filho Isaac em sacrifício num altar... Os animais sacrificados eram sempre partidos em metades, e a gordura queimada no alto de algum monte.
Os submissos que desejavam firmar uma aliança com a poderosa divindade se posicionavam entre as metades do animal dilacerado. A fumaça das gorduras queimadas subia aos céus para o deleite da divindade... Assim está escrito — não dá para negar ou justificar um costume tão bárbaro!
E Goethe acrescenta —
<<... "outro traço assustador que marca este belo mundo com algo de assombro e aflição — tudo o que era dedicado ou prometido aos deuses tinha necessariamente de morrer — provavelmente mais um costume de guerra transferido para os tempos de paz">> — Simplesmente abominável matar animais para agradar a um deus!
Quanto a mim, se eu tivesse fé numa divindade, haveria de ser uma tal que aceitasse oferendas com flores, essências aromáticas, perfumes sensuais... Não com sangue ou gordura queimada!
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Desterro, 25 de fevereiro de 2018 - 23h21]