Falava o homem com o mar, a sós.
Havia uma luz difusa sobre o mundo
Que a água amanhecida respirava.
Longe no azul, a língua das ondas
Limavam o descansar do praierio .
Nascia o horizonte. Brandamente
O homem falava coisas com o mar,
Coisas de sempre, verde, negras,
Como a rubrica em neve, e asas de aves.
Entrou no mar. a água, mansa
Lhe subiu por cima dos ombros;
Ali gemeu, gritou e levantou os braços.
Fazia um céu de nuvens cinzas.
Logo voltou à orla lentamente;
Trazia entre as mãos uma madeira
E as algas lhe cobriam os seus sapatos.
Rui Garcia