EM BUSCA DO PASSADO
(Jairo Nunes Bezerra)
Às vezes, em mim, a natureza se preconiza impulsionando-me para um
passado recente em que a única distração era o fremente amor que tu
liberavas ao romper da aurora. Era passageiro, mas me mantinha ativado
à proporção que se aproximava o entardecer. Agora, sem qualquer distração,
vivencio uma enegrecida noite sem luar e sem as tuas caricias que foram
levadas pelo tempo. Tristonho, medito ante o arrulhar das ondas reinante
na minha proximidade com respingo de gotas d´ água salgada que me
desperta para nova realidade. É quando desesperado fico sem os teus
lascivos afagos que alimentavam prazerosamente os meus momentos
de solidão. Sinto o teu distanciamento, mais ampliado, originado pela
tua rápida partida para outra região em busca, talvez, de novas emoções!
Deveras, não libero lágrimas. E meus olhos castanhos, agora avermelhados,
Buscam até no firmamento a tua reluzente presença flutuando entres as
Estrelas!