Dia após dia,
Vejo-me nessa dúvida cruel.
Já não sei se o amor é doce.
Ou amargo como fel.
Até onde posso
Vou rimando amor com flor.
Vou te dedicando versos.
Te descrevendo em rimas.
Mostrando meu direito
E meu avesso.
Mas sem saber se te mereço.
Diante de teu oceano
Sou grão de areia.
Nunca tive a pretensão,
De me comparar com uma sereia.
Às vezes sinto a direção
De seus olhos.
Pairando em outras paisagens.
Por dentro eu me vejo triste.
De ti faço outra imagem.
Ah, se eu pudesse adentrar
Neste teu coração de poeta.
Tirava essa dúvida cruel.
Que me rouba o sono,
Desvairada...
Como animal sem dono.
Apodera-se de mim
Um estranho torpor.
Vejo sem sentido a vida.
Perco a crença no amor.
Anseio por cereteza.
Aí sim, optaria em rimar
Amor com flor ou com dor.
Se minha alma tem cor...
Não sei.
O que a mantém radiante.
É o amor.
Só o amor.
E o amor não tem cor.
O amor tem sabor.
De um beijo
Dado com desejo.
Vera Salviano
11.02.2018
Vera Salviano