Procuro uma rua que me leve pro cais
Quero fugir da energia surda de tuas mãos
Quero curtir a diferença dos tons e amores reais
Almas sem cores me revelam na lente do teu amor
É quando teu olhar me belisca, viro isca pros teus desejos
São páginas brancas pintando a alma com um lápis de cor
Sou a delicia da última roupa suja que guarda seu cheiro
Baton desbotado guardado na gaveta que me fere a boca
Sou tua alma na última oração, que ainda me mantém inteiro
(nem sempre fazemos poesias dos sentimentos “nossos”, podem, às vezes serem nossos; mesmo quando seus,continuam nossos!)
José Veríssimo