Hoje preciso entender o mistério do dia
Que se gruda à noite cheio de desconfiança
Por um ponto de falta de luz cheia de medo
São meus os segredos e os dedos do piano
Que não tocou nem pediu para ser, nem ter
O peso da montanha que dorme do colo do riacho
Nem acho na infância o caminho dos românticos
Nem quero perder, nem ganhar, nem ser atlânticos
Apenas um beijo, mesmo sem razão, dos atônicos
José Veríssimo