Sou feito de versos frescos atirados a um rio pela manhã.
Dou por mim a cochichar com sílabas, com hífens e reticências.
Devagar troco poemas com o olhar na garota que passa na avenida.
Encosto-me a um ponto, dobro a perna numa vírgula, e interrogo-me: Porque me voam as prosas de um amor que nunca tive?
Nuno Nebel