Sério!
Tenho um amigo que quando anda, tropeça;
Se pára, volta;
Quando pensa, esquece;
E se esquece, faz poesia;
E o danado mesmo parado,
Tem direção certa.
Seu rumo é um vento voltando.
Tem alma reta como curvas da boca.
De um violão imaginário,
Faz o silêncio e a canção de sua amada.
E se embriaga à toa,
São copos vazios de vinho
E taças cheias de nada!
José Veríssimo