Poemas : 

a mão que enluva o vento

 


o que poderia escapar
das mãos
de cada dia?

ouro e fogo
flor e espinho
seda e rocha
água e pele
são agarrados...
até lágrimas
as mãos carregam
cálices que são
na dor
e... o tempo

ah, o tempo

esse transborda
e mão nenhuma
pra aparar
sequer
milésima gota





Aquela mania de escrever qualquer coisa que escorrega do pensamento.

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MarySSantos
 
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Enviado por Tópico
Carii
Publicado: 30/01/2018 10:05  Atualizado: 30/01/2018 10:05
Membro de honra
Usuário desde: 28/11/2017
Localidade:
Mensagens: 1962
 Re: a mão que enluva o vento
O tempo... senhor que tudo sabe e com ele tudo se aprende. Gostei. Abraços.

Enviado por Tópico
Juanito
Publicado: 30/01/2018 13:38  Atualizado: 30/01/2018 13:38
Colaborador
Usuário desde: 26/12/2016
Localidade: España
Mensagens: 3097
 Re: a mão que enluva o vento
Se o tempo não passasse não teríamos saudades e talvez a alma não sofreria.

Meus parabéns e um abraço!!

Enviado por Tópico
Volena
Publicado: 30/01/2018 16:16  Atualizado: 30/01/2018 16:17
Colaborador
Usuário desde: 10/10/2012
Localidade:
Mensagens: 12485
 Re: a mão que enluva o vento P/MarySSantos
pois...o tempo somos nós e a gota milésima cai-nos no coração que não tem chapéu de chuva... Adorei o poema e matar saudades, BEIJINHOS Vó

Enviado por Tópico
Gyl
Publicado: 30/01/2018 16:45  Atualizado: 30/01/2018 16:45
Usuário desde: 07/08/2009
Localidade: Brasil
Mensagens: 16148
 Re: a mão que enluva o vento
Fabulosas antíteses! Era de esperar vindo de quem vem. Beijos!

Enviado por Tópico
Rogério Beça
Publicado: 31/01/2018 08:05  Atualizado: 02/02/2018 23:16
Usuário desde: 06/11/2007
Localidade:
Mensagens: 2123
 Re: a mão que enluva o vento
Não sei porquê a primeira imagem que me vem à cabeça é de uma ampulheta de água, muito menos divulgadas ou reconhecidas do que as de areia.
Depois tens o título. Muito poético. O vento sendo ar, e em movimento, não é muito fácil de capturar, muito menos com as mãos e logo para lhe pores luvas, como se ele fosse mãos também.
Mas se o vento não é fácil de apanhar e prender, o que dizer do tempo?
"O que poderia escapar/das mãos/de cada dia?..." começas a indagar. E logo aqui o dia tem mãos. Gosto desta personificação do dia. O dia é uma unidade de tempo. Tem 24h horas desde os tempos modernos, mas sempre foi ligado ao nascer repetitivo do sol. De nascença a nascença o Homem ia/vai sobrevivendo. A sua passagem é uma benção e a sua dimensão, por isso, comanda a nossa existência.
Daí, as mãos deste gigante, terem um tamanho que parece que tudo abarcam.
Tudo parece caber nessas mãos.
A segunda estrofe capta isso muito bem.
Mas sendo uma unidade de tempo preponderante não é maior que o tempo todo em si.
Esse...
Começas exclamando.
O tempo é um reflexo dessa repetição. As luas refletiam os meses, as estações, os trimestres, os anos....
Criações nossas.

Bela reflexão.
Belo poema.
Bj.