Barbaridade
Barbaridade isso é bom que mete medo
O que mete medo é bom, isso é bom barbaridade
Estava pegando peixe embaixo de um pé de embira
Peguei duzentos dourados e quatrocentas traíras
Mas me escapou tantos peixes que até parece mentira
Domingo de tardezinha, veja como é interessante
Vinte e cinco formiguinhas, carregavam um elefante
E o bicho de sentimentos se enforcou num barbante
Eu peguei um avião, fui pra Santa Catarina
Mas no meio de caminho acabou a gasolina
Então descemos lá mesmo, na praia Santa Joaquina
Numa vara de taquara encontrei uma abelheira
Com trinta litros de mel, quatorze arrobas de cera
Com o cano da taquara fiz vinte e cinco peneiras
Fui fazer uma caçada, me lembro quase desmaio
Só num tiro que eu dei, matei trinta papagaios
E a bala veio de volta e matou meu cachorro baio
Achei um ninho de pomba que fiquei admirado
Duzentos pombinhos vivos, trezentos ovos gorados
Duzentos e vinte e cinco que não tinham descascados
Barbaridade, isso é bom que mete medo
O que mete medo é bom, isso é bom barbaridade.
Versos de Walter Amaral.
Mgá, 29.01.18
verde
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