Ela necessita gritar, mas se cala,
Necessita falar, mas desiste,
Necessita chorar, mas não pode,
Necessita sorrir, mas resiste,
Fica apenas a observar o passar das horas.
Olhando teu olhos parecem tristes,
Mas esboça um sorriso não seu,
Confinada ao esboço das atrocidades,
Sepultado em seu interior com crueldade,
Vê a maldade de um mundo não teu.
Com um rosto marcado pelo tempo,
Cicatrizes dos tantos silêncios,
Que em seu peito se confinaram,
E por lá por longos anos ficaram,
Ensinando a arte do não sentir.
Criada com ímpeto de liberdade,
Perdeu seu princípios e caminhos,
Amaldiçoada neste tempo cinzelado,
Que deixou de ver o que não vivemos,
E o quão hoje estamos sozinhos.
Tatiane Nunes Freire