Que não me digam que escrevem simplesmente, que dizem o poema sem pensá-lo sequer. Que ele nasce porque sim.
É um árduo trabalho, um ofício de ferreiros, um fazer proletário. Um cansaço que continuará amanhã.
Que não me digam que se fazem poemas sem suores, sem uma longa e violenta jornada de trabalho. Tenho as mãos como as de um camponês, duras, gastas, cheias de poemas.
Rubén Vela (192, poeta e diplomata argentino. Poema de "Los Secretos", tradução live.
Imagem: Mãos de um velho camponês colhendo grãos de café por Michael Thompson.