Em um sonho eu me vi voando
Montanhas e planícies eu estava viajando
Com apenas o cobertor como manto,
Me sentia o ser mais invencível
Eu dominava o próprio oceano
Eu era capaz de fazer até mesmo o impossível
Naquele sonho eu estava verdadeiramente livre
Podia viajar por entre os dois planos.
Com pouco mais de um metro e oitenta,
Eu me sentia como o Golias,
Possuía uma força imensa
Como Buda, minha mente tornou-se serena, única
Eu podia segurar em minhas mãos a luz do dia
Meus pensamentos e sentimentos, se misturavam,
Em uma grande orgia.
Não existia o dia, nem mesmo a noite
Eu me sentia afoito,
A criatividade viajava por entre meu sangue
Dutos e esgotos de imaginação
A cada rua que virava,
Eu me deparava com deusas usando coroas de louro,
E ao me beijarem, roubavam meu sopro
Não havia fim para aquele prazer
Assim como o LSD, eu estava ficando louco
E, a cada toque do vento em meus ombros,
Me sentia cada vez mais leve, solto.
Simplesmente ao fechar meus olhos,
Com meu corpo parado, eu fui levado
Meus sentidos permaneciam sóbrios
Se me despencava no sonho, meu corpo era despencado
Mas pudera eu ser capaz de levar meu corpo junto
Não retornar jamais, ficar para sempre lá
Naquele belo lugarzinho encantado, um belo mundo.
Havia um campo de girassóis
Vincent estava criando uma nova tela
E as estrelas brilhavam sobre nós
E de uma simples e frágil pétala da única rosa,
Eu escutei uma humilde e pura nota,
Que até acordado eu me lembro
E em meus ouvidos ela sopra.
Uma sinfonia perseguia os minutos
Eu sabia que estava sonhando, mas não pude dizer,
Eu estava totalmente mudo
Mas, eu também gostaria de lá permanecer
Mas, infelizmente, eu vivo em um mundo sujo
E eu havia criado aquele mundo fantástico,
Deitado em repouso no escuro
E, assim que a luz tocasse em minha pele,
Tudo não passaria de uma ilusão de um menino burro.
Ao abrir meus olhos eu vi e chorei
Pois não passava de apenas um sonho
Me enganei.