Eras um mundo todo de delícias
Em brumas diamantes enfeitadas,
Elevada as altas esferas argentadas
Violenta debutante em primícias.
Depois exalando essências vieste
Vestida em linho luminoso e nobre,
Coberta de serpes violáceas agreste,
Com a pele alegre cor-de-cobre.
Os eflúvios tantos, os perfumes senti
Em fragrâncias furtadas da natureza,
Mescla de flores das ruas e dos jardins
Vista majestosa e de uma rara beleza.
Eras um mundo todo de delícias
Em rios de rochas grandes pintadas,
Numa tarde de um horizonte suicida
Em luas adamantinas e esmaltadas!
Eras um mundo todo de formosura
Onde o céu parecia pintado de cores
E plantas silvestres. Famosa pintura
Que fariam poucos das do Louvre.
Eras o brilho metálico de uma tarde
Cor-de-rosa que insistia no infinito,
Num mar bravio que causa alarde
No fim de um dia que foi tão bonito!
Gyl Ferrys