
"Ofereço-lhe a maçã do discernimento"
[...]
Fruto do pecado,
saboroso, por sinal,
partiu o céu em dois,
fatiou o tempo da vida
o rubro encarnado,
tentação pelo saber,
árvore repousante,
para boas leituras
mordida com olhos vendados,
um salto para a metamorfose,
ganha força, então, o "ganhar-tempo";
como é bom valorizar os segundos
a nudez da fruta,
desperta a vontade em mordê-la,
e nutrir-se do suco filosofal,
alinhado ao êxtase das letras
uma jaz guardada no infinito,
outra oxidada pelo tempo adâmico;
desta caiu e germinou
a semente dualista
a escassez da alma
repousada sobre a mãe Terra,
buscando o oriente,
mesmo que com o GPS desregulado
o encontro com o fruto,
oferecido pelo deus das horas,
e o marca-passo das realizações,
gerando o ápice da força do ser
o doce que aromatiza a boca,
suaviza a mente e o olfato,
atravessa a faringe,
sem deixar pelo caminho
o pomo do passado
a refrescância em tocar os lábios
sobre a fruta do prazer,
faz-me rir o quanto a bullyinaram,
no passar das gerações
ela continua redondamente bela,
esmeraldada ou cor rubi,
enfeitando pomares
e desenhos infantis
cobre seu ventre
com endocarpo incomestível,
tornando-nos imortais,
livres e sedutores
[...]
"Jobs sempre soube disso"
Renato Braga