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Luto

 
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Luto

Rugia o vento e tudo avassalava.
Caía a chuva grossa, persistente.
Fevereiro frio, de inverno impenitente.
Mágoas sem nome que a alma estilhaçava.

Não era eu que chorava e gemia.
Naquela tarde de duro temporal.
Tonta de dor no negro funeral
Era a minha alma que contigo partia.

Não fiz o luto. Não aceitei fazê-lo.
Tornou-se a mágoa um duro pesadelo.
Aprendi a caminhar mendiga e só...

Aquele dia... eu não posso esquecê-lo...
Eu tinha o teu amor... não quis perdê-lo.
Sabe-me a vida a noite, a dor, a pó.

Maria Helena Amaro
Novembro de 2014.

http://mariahelenaamaro.blogspot.pt/2018/01/luto.html
 
Autor
amacsequeira
 
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