Bailar de olhos, esticarem de cinturas, lábios sedentos, alternância dos pés, amassando os pisos. Vozes roucas, arfantes! Cochichar... Hesitante! Rasgar de lacres, nudez das urnas... Em délivrance!
Parto difícil, rebentos à vista... Pra escrutínio!
O saque é lento, voto a voto! Arautos pelos quatro cantos dão à nova... APURAÇÃO!
Lábios trêmulos, imutáveis faces, ranger de dentes, mordiscarem de palitos dos carentes Da esterilidade dos votos revelados!
Descortinar dos lábios, acariciando os dentes, sorrisos espontâneos, premiando as faces dos felizes na fecundidade... Dos votos recebidos!
Colméia de gente, nas calçadas, desfigurando-se lentamente... Em filas! Vozerio infindável, murmurar inaudível no mudar dos passos. Não há censuras, nem reprimendas no caminhar pára ás... Urnas!
Farta distribuição de folhetos, bolsos devassados, pelos retratos! A fileira vai, passo a passo, em direção do umbral... Da escolha!
Todo valor, todo mérito... É dado! Insistentemente. O caminhante Eleitor, testa da fila, chega à mesa e à... Urna!
Sorrisos! Gentilezas! Tudo facilitado em minutos... Feliz! Deposita na urna a sua esperança...
Ao vencedor: Muitas palmas! Lucros amealhados no acirrar da disputa... Título a título, voto a voto, pêlos caminhos conduziram... Galhardamente! Correligionários à democrática auto-estrada das... URNAS!
Ao perdedor... Resta a seriedade de aplaudir o rival... Sinceramente! O poder lhe fugiu: Título a título, voto a voto, pelas margens dos caminhos... Vicinais!
Rápido! Saia! Há outros! Não fique na sala!
Aturdido, o eleitor ganha de novo a calçada. Por momentos, sentiu-se Alguém! Lentamente, acabrunhado! Vai pra casa, sabendo que, na urna, deixara o seu... VALOR!
É dessa forma que o “Mau Candidato” vê o seu eleitor, porém, só depois da eleição por ele ganha...
Perdão... Queridos filhos! Por colocá-los num mundo Fecundado de empecilhos e de egoísmo profundo! Perdão... Filhos queridos! Pela herança distribuída de valores esquecidos pelos caminhos da vida.
Escusas, peço... Meus filhos! Por querê-los com paixão e, só dá-los sabugos de milho, nos banquetes da ilusão. A natureza é aprazível pureza. O bem, a nata da felicidade... Vem o “mau político”, com sua esperteza: Transformando tudo em falsidade!
Meus filhos adorados! O erro dos ancestrais deu-lhes como legados um montão de cristais! O diamante, prata e o ouro, foram por eles absorvidos, toda a beleza e tesouro esfacelaram-se... Diluindo!
Sebastião Antônio BARACHO.
conanbaracho@uol.com.br
Fone: (31) 3846-6567.
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